quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Volta ao passado, rumo ao futuro

Fernando

Tenho meditado muito sobre muitas questões da vida e especialmente sobre a nossa, que há alguns anos transformou-se num amontoado de queixas e mágoas. Foi muito difícil encontrar o ponto de partida para começar a compreender o desequilíbrio emocional que tomou conta dos nossos corações, mas como eu sou persistente e determinada a “limpar a área”, isto é, desobstruir o caminho que me levará à paz, enfrentei, com muita dor, a minha e as nossas verdades para atingir o ponto de ruptura do nosso “acordo”.

Então é preciso voltar no tempo, e reconhecer cada passo certo e errado que demos ao longo desses 32 anos de vida em comum, e a partir daí encontrar o momento exato da nossa “separação”. Não foi fácil, e no começo eu nem sabia por onde começar, até que a situação chegou num ponto insustentável, triste, parecendo não haver mais futuro. Atendendo minhas súplicas, os anjos começaram a me trazer imagens do passado, sensações, e eu permiti que me levassem de volta, o que me causou uma grande saudade. Através dessas imagens foi aberto o canal que me levou diretamente à porta do meu corpo emocional e lá afundei em lágrimas para descobrir o que aconteceu conosco, onde o amor que nos uniu havia se perdido. Semanas, meses se passaram, e um dia, após o nosso último conflito, vendo você sentado no chão, irredutível diante da sua posição em aceitar a realidade como ela é, encontrei a resposta que buscava.

Não, o nosso amor não acabou! Ele só se perdeu em meio a tanta luta, onde tivemos que nos proteger até mesmo de nós mesmos para podermos sobreviver. Encontrei a mim e a você, caminhando para a solidão com medo de sentir mais dor. Passamos a não contar mais com o apoio dos nossos ombros para nos ampararmos mutuamente, e fomos caminhando em direções opostas, e sentindo cada vez mais a solidão como se, deliberadamente, tivéssemos tomado esta decisão.

Quantas vezes me perguntei o quê e qual era o sentimento que me unia a você, mas meus ouvidos estavam surdos para ouvir a voz do meu coração que gritava: é amor. Eu só conseguia sentir a sua distância, seus olhos que não me olhavam mais com admiração, seu silêncio. Em cada gesto seu eu via e sentia um coração distante do meu, incapaz de perceber o quanto a sua ausência me fazia sofrer e que também não compreendia a minha preocupação, o medo de te perder. Nossa luta pela sobrevivência e pela condução da nossa família por linhas retas, mais as carências emocionais, físicas, familiares, financeiras; tantas humilhações, constrangimentos; doença, abandono; tudo isso nos conduziu para a solidão, mas hoje eu venho através desta, pois com palavras faladas seria impossível, te chamar para voltarmos a caminhar de mãos dadas como sempre fizemos. Nada em tua aparência física alterou meu sentimento, com certeza você julga assim, mas não é a realidade. Você continua sendo o mesmo Fernando que eu conheci há tantos anos atrás, mudado sim, mas o mesmo. Assim como eu que deixei de ter uma aparência física invejada, mas por dentro sou a mesma (melhorada).

È isso que eu desejo que você saiba, a VERDADE. Já ultrapassamos e vencemos momentos difíceis e hoje passamos por uma fase amena, tranqüila, com nossas pendências materiais sendo resolvidas, com nossos filhos formados e bem encaminhados (fizemos um bom trabalho) então devemos nos dar as mãos e caminharmos juntos e unidos para completar nosso plano divino como uma família abençoada pelo amor, respeito, gratidão e companheirismo. É isso que viemos fazer aqui e é isso que vamos realizar da melhor forma que pudermos.

Esqueçamos nossas diferenças, que nunca nos impediu de sermos felizes e sigamos nosso caminho até o fim, unidos pelo compromisso de amar e respeitar um ao outro, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença até que a morte nos separe, ou não.

Continuo te amando, como no começo e até o fim.

Marcia

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