quarta-feira, 7 de agosto de 2013

AS QUATRO NOBRES VERDADES

Numa Linda manhã de primavera, meu pai levou-me a um festival que comemorava a lavra da terra. Como o meu povo estava alegre, ostentando suas  túnicas novas e grinaldas de flores! Depois de saudar a todos e brincar um pouco, fui descansar debaixo de uma fragrante macieira e fiquei observando como lavravam. Havia algo na lâmina da charrua que penetrava na terra e trazia os torrões ricos e escuros para a superfície. Entrei numa meditação profunda! Que paz! Que êxtase! Mesmo nessa tenra idade, compreendi que minha experiência era uma pequena prova da iluminação.

Essa lembrança devolveu-me a esperança e continuei a minha busca.  Encontrei uma árvore Bo e sentei-me entre os seus troncos contorcidos para meditar. Pouco depois, uma mulher chamada Sujata veio oferecer-me uma papa de arroz. Ela pensou que eu era a divindade da árvore! Ela havia orado a essa divindade pedindo um filho e era uma oferenda especial se, por sua intercessão, desse à luz um filho varão. Aconteceu que ela tinha acabado de ter um rapazinho, e como agradecimento trouxe-me a sua oferenda. Que coisa fortuita! Essa papa deu-me forças para minha meditação! (Ele havia percorrido o caminho do desapego total, deixando até mesmo de se alimentar).

Fiz o voto de que ficaria debaixo da árvore até atingir a iluminação. Meditei toda a noite. Não foi fácil. Mara, cujo nome significa “morte”, tentou fazer-me desistir. Enviou as suas três filhas voluptuosas para seduzir-me, mas eu não me deixei convencer. Depois, esse ser maléfico enviou  os seus exércitos para lançar contra mim furacões, uma  enchente, rochas ardentes, lama fervente e uma tempestade de armas mortíferas. Hordas de demônios e uma escuridão total envolveram-me, mas recusei-me a deixar minha posição.
Como última tentativa, esse  audacioso Mara contestou o meu direito de buscar a iluminação e tornar-me num Buda. Ele queria o meu lugar de meditação. ‘Esse lugar me pertence!’ _ guinchou ele. E chamou a sua comitiva para testemunhar o seu direito; suas hostes de demônios gritaram: ‘Somos tuas testemunhas’.

Chamei então a Mãe Terra para que fosse a minha testemunha. Pois tinha sido ela que  inspirara meu êxtase meditativo quando eu era um rapazinho e me encontrava debaixo da macieira. Bati na terra com a mão direita. A terra tremeu e trovejou: ‘Sou a tua testemunha!’ E Mara fugiu. Livre de obstáculos minha mente abriu-se para sucessivas revelações em cada vigília da noite. (na imagem de Buda vemos sua mão direita tocando o chão).

As mais importantes foram as Quatro Nobres verdades, que explicam porque a humanidade sofre tanto. Ao nascer, você sofre, e a sua mãe também. Quando você está doente, sofre. Sofre quando envelhece. E quando morre, sofre, e outros sofrem por perdê-lo. Ao longo de sua vida, você sofre _ sofre quando tem experiências desagradáveis. E quando está se divertindo, sofre porque o divertimento irá acabar. Sofre quando não consegue o que deseja.

E você sabe por que sofre tanto? É por causa do desejo. Esta é a Segunda Nobre Verdade. O sofrimento vem do desejo descontrolado. Você deseja dinheiro, deseja fama, deseja ter poder sobre os outros. Ou talvez deseje apenas divertir-se durante a experiência humana. E o que faz você  para conseguir estas coisas? Ignora as suas necessidades interiores, as suas necessidades espirituais, e anda por aí satisfazendo todos esses desejos e produzindo muito carma. Tudo isso porque você não consegue libertar-se dos seus desejos.

É um ciclo  vicioso, mas não precisa ser assim. E isso nos traz à Terceira Nobre Verdade. Se você quiser parar de sofrer, se quiser curar sua dor, precisa deixar de ter desejos descontrolados.

Mas isso não é algo tão simples como parece. Transcender os desejos do eu inferior e da percepção limitada é um processo constante. Você precisa ser paciente e misericordioso com você mesmo. E precisa de instruções, de uma senda para ajudá-lo. Essa é a Quarta  Nobre Verdade”.


Ditado de Gautama Buda a Elizabeth Clare Prophet – Livro - Mensagens de Buda  
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