Maio de 2012
Nosso coração está doente? Como curá-lo?
Nosso coração é o centro do nosso ser e nele se acumula toda a dor
de nossos encontros e desencontros, sonhos não realizados, frustrações, culpas,
remorsos, perdas emocionais e físicas, a busca incessante pela felicidade.
Como podemos tratá-lo para que ele se fortaleça e vença os desafios
da vida? A resposta fácil e clara é que
devemos nos despir de toda ilusão que empana a visão da realidade e trabalharmos
no sentido de livrá-lo de toda a quinquilharia que acumulamos ao longo de nossa
existência, mas a aplicação desse remédio é difícil e requer tempo e coragem
para que o tratamento seja eficaz.
Essas quinquilharias são o resultado de nossas escolhas baseadas em
nossos conceitos humanos que nos
afastaram da presença de Deus, criando um mundo isolado e doente, frio e
solitário. Nessa solidão sempre damos os passos em direção a uma outra pessoa
esperando dela o amor para aquecer a nossa alma, mas o outro também espera que
façamos a mesma coisa e ao invés de nos encontrarmos, acabamos nos distanciando
porque buscamos um modelo inexistente e sofremos com a frustração de não
alcançarmos o tão desejado aconchego. Para todas as nossas derrotas culpamos o outro
que não correspondeu às nossas expectativas e nunca conseguimos olhar para
dentro de nós mesmos para buscarmos a verdade de nossas dores.
Ao perdermos alguém perguntamos sempre por que Deus fez isso ou
aquilo, e cobramos dele uma posição a nosso favor sem considerarmos que não
temos o direito de fazê-lo, e sofremos pelo que nos foi arrancado.
Buscamos em nossos pais e filhos a presença constante e perfeita,
cheia de amor e dedicação e esquecemos que cada um de nós tem seus conflitos e
suas necessidades. E sofremos mais porque não conseguimos compreender a razão
de nossos entes mais queridos não partilharem de nossas idéias e amor.
Em nossa luta diária pela sobrevivência encontramos pessoas que nos
olham como amigos, inimigos, trazendo-nos facilidades e dificuldades, e que
esperam muito de nós como nós deles, e sem buscarmos a harmonia em nossos
projetos somos derrotados de alguma forma e culpamos o chefe, o colega, o
trabalho, a vida.
Em nossa busca pela felicidade idealizamos alguém que nos dê muito
amor, sem sufocar; dedicação total com muita liberdade de ação; que adivinhe
nossos pensamentos e desejos realizando-os como passes de mágica; mas ao
contrário dessa ilusão doentia nos defrontamos com uma realidade
diferente onde cada um de nós tem que batalhar para ser aceito e
respeitado.
Como podemos então manter nossos corações saudáveis diante de
tamanha confusão de sentimentos, cobranças e frustrações? Onde estamos falhando
e o que fazer para vivermos uma vida saudável?
Se olharmos para traz em busca da origem de nossas dores,
encontraremos, após muito esforço, o atalho que seguimos na esperança de
encurtar nosso caminho para a felicidade, mas que na verdade nos custou muitas vidas de
tentativas, erros, acertos e a somatória de tantas lutas que são as quinquilharias
que atravancam o nosso coração. A solução é pararmos nesse ponto e buscarmos
ajuda do Alto para podermos nos desembaraçar de tantos nós e soltarmos as
amarras dos conceitos humanos, dando início à descoberta de nós mesmos,
buscando em nossa origem divina a coragem de enfrentar o imenso desafio de
encarar e vencermos as nossas fraquezas, abrindo espaço para que a tão desejada paz
ocupe todo o nosso espaço.
Assim começa a cura do nosso coração! Se nos permitirmos olhar para
o nosso interior sem culpa, sem vergonha,
e invocarmos o amor divino para preencher todas as lacunas, encontraremos
enfim, o caminho da verdade que nos libertará. Coragem, paciência, fé e
determinação são necessários para que esse tratamento cure a nossa alma de toda
a sua dor e carência, e passemos então a amar o outro verdadeiramente,
reconhecendo em cada um deles, as mesmas necessidades e carências que já
suportamos em nós mesmos. Somente encarando a nossa realidade com amor é que
conseguiremos olhar e aceitar o outro como ele é. A paz se manifesta quando o
coração busca a verdade para se alimentar e reconhece que dependemos apenas de
nós mesmos e da força divina que nos mantém para sermos felizes. Quando nos
separamos de Deus perdemos o vínculo com a realidade e entramos no nível da
ilusão, e agora precisamos reverter a situação purificando nossos sentimentos e
limpando e alimentando nosso coração com
o nosso amor próprio preparando o templo para que Deus venha nele habitar
definitivamente. Somente através do amor puro e verdadeiro seremos capazes de
amar e compartilhar nosso amor com todos os nossos irmãos. Assim curamos o
nosso coração e a nossa alma.
Setembro de 2012
Nada disso é fácil realizar, pois precisamos trabalhar intensamente
com as forças divinas, com as ferramentas divinas como a Chama Violeta, para
liberar as energias retidas, aprisionadas em nossa alma, e só depois
conseguiremos olhar, encarar as nossas verdades. Hoje, ao entregar-me
humildemente ao comando do meu Santo Cristo Pessoal, permiti, sem o saber
conscientemente, que toda a zona de conflito interior emergisse do fundo da
minha alma a ponto de vê-la fisicamente diante de mim, e só então pude
descobrir a montanha de entulho das emoções que abafava e impedia a minha
liberdade, impedindo-me de ser feliz. Ao reconhecer o volume que me asfixiava,
entendi o por quê de tanto sofrimento, e isso só foi possível porque trabalhei
intensamente por essa libertação, indicando à Chama Vivente para buscar a
origem, as causas dos meus conflitos. Compreendi que ao dizer sim pela primeira
vez, anulando a minha vontade, dei início a uma sequência de fatos que foram me
aprisionando, imobilizando, razão pela qual me sentia impossibilitada de mover
até mesmo fisicamente. Não havia razão aparente para sentir-me tão incapaz,
lerda, pesada; eu não conseguia nem enxergar o primeiro obstáculo à minha
volta. Deixei que o fogo revolvesse todo esse entulho emocional paralisante, e
fui assistindo os elos das correntes que me prendiam, um por um, sentindo o peso de cada um deles
sendo consumidos, e aos poucos até mesmo a minha respiração foi ficando mais
leve e livre.
Agora preciso manter esse padrão inicial de limpeza e ir
aprofundando mais e mais essa ação purificadora para vencer todo o hábito
negativo de submissão a que minha alma se acostumou ao longo desta vida e quiçá
de todas as outras. Entendo que somente assim, trabalhando pelo meu
desprendimento de correntes tão poderosas, porém irreais, poderei viver e
realizar meu plano divino, caminhando com os meus próprios pés nesta terra de
aperfeiçoamento, e conquistar a minha tão sonhada liberdade; a liberdade de ser
quem Eu Sou.
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