sábado, 22 de setembro de 2012

A CURA DO CORAÇÃO – Parte 2


Maio de 2012
Nosso coração está doente? Como curá-lo?
Nosso coração é o centro do nosso ser e nele se acumula toda a dor de nossos encontros e desencontros, sonhos não realizados, frustrações, culpas, remorsos, perdas emocionais e físicas, a busca incessante pela felicidade.
Como podemos tratá-lo para que ele se fortaleça e vença os desafios da vida? A resposta  fácil e clara é que devemos nos despir de toda ilusão que empana a visão da realidade e trabalharmos no sentido de livrá-lo de toda a quinquilharia que acumulamos ao longo de nossa existência, mas a aplicação desse remédio é difícil e requer tempo e coragem para que o tratamento seja  eficaz.
Essas quinquilharias são o resultado de nossas escolhas baseadas em nossos conceitos humanos  que nos afastaram da presença de Deus, criando um mundo isolado e doente, frio e solitário. Nessa solidão sempre damos os passos em direção a uma outra pessoa esperando dela o amor para aquecer a nossa alma, mas o outro também espera que façamos a mesma coisa e ao invés de nos encontrarmos, acabamos nos distanciando porque buscamos um modelo inexistente e sofremos com a frustração de não alcançarmos o tão desejado aconchego. Para todas as nossas derrotas culpamos o outro que não correspondeu às nossas expectativas e nunca conseguimos olhar para dentro de nós mesmos para buscarmos a verdade de nossas dores.
Ao perdermos alguém perguntamos sempre por que Deus fez isso ou aquilo, e cobramos dele uma posição a nosso favor sem considerarmos que não temos o direito de fazê-lo, e sofremos pelo que nos foi arrancado.
Buscamos em nossos pais e filhos a presença constante e perfeita, cheia de amor e dedicação e esquecemos que cada um de nós tem seus conflitos e suas necessidades. E sofremos mais porque não conseguimos compreender a razão de nossos entes mais queridos não partilharem de nossas idéias e  amor.
Em nossa luta diária pela sobrevivência encontramos pessoas que nos olham como amigos, inimigos, trazendo-nos facilidades e dificuldades, e que esperam muito de nós como nós deles, e sem buscarmos a harmonia em nossos projetos somos derrotados de alguma forma e culpamos o chefe, o colega, o trabalho, a vida.
Em nossa busca pela felicidade idealizamos alguém que nos dê muito amor, sem sufocar; dedicação total com muita liberdade de ação; que adivinhe nossos pensamentos e desejos realizando-os como passes de mágica; mas ao contrário dessa ilusão doentia nos defrontamos com  uma realidade  diferente onde cada um de nós tem que batalhar para ser aceito e respeitado.
Como podemos então manter nossos corações saudáveis diante de tamanha confusão de sentimentos, cobranças e frustrações? Onde estamos falhando e o que fazer para vivermos uma vida saudável?
Se olharmos para traz em busca da origem de nossas dores, encontraremos, após muito esforço, o atalho que seguimos na esperança de encurtar nosso caminho para a felicidade,  mas que na verdade nos custou muitas vidas de tentativas, erros, acertos e a somatória de tantas lutas que são as quinquilharias que atravancam o nosso coração. A solução é pararmos nesse ponto e buscarmos ajuda do Alto para podermos nos desembaraçar de tantos nós e soltarmos as amarras dos conceitos humanos, dando início à descoberta de nós mesmos, buscando em nossa origem divina a coragem de enfrentar o imenso desafio de encarar e vencermos as nossas fraquezas,  abrindo espaço para que a tão desejada paz ocupe todo o nosso espaço.
Assim começa a cura do nosso coração! Se nos permitirmos olhar para o nosso interior  sem culpa, sem vergonha, e invocarmos o amor divino para preencher todas as lacunas, encontraremos enfim, o caminho da verdade que nos libertará. Coragem, paciência, fé e determinação são necessários para que esse tratamento cure a nossa alma de toda a sua dor e carência, e passemos então a amar o outro verdadeiramente, reconhecendo em cada um deles, as mesmas necessidades e carências que já suportamos em nós mesmos. Somente encarando a nossa realidade com amor é que conseguiremos olhar e aceitar o outro como ele é. A paz se manifesta quando o coração busca a verdade para se alimentar e reconhece que dependemos apenas de nós mesmos e da força divina que nos mantém para sermos felizes. Quando nos separamos de Deus perdemos o vínculo com a realidade e entramos no nível da ilusão, e agora precisamos reverter a situação purificando nossos sentimentos e limpando e alimentando  nosso coração com o nosso amor próprio preparando o templo para que Deus venha nele habitar definitivamente. Somente através do amor puro e verdadeiro seremos capazes de amar e compartilhar nosso amor com todos os nossos irmãos. Assim curamos o nosso coração e a nossa alma.

Setembro de 2012
Nada disso é fácil realizar, pois precisamos trabalhar intensamente com as forças divinas, com as ferramentas divinas como a Chama Violeta, para liberar as energias retidas, aprisionadas em nossa alma, e só depois conseguiremos olhar, encarar as nossas verdades. Hoje, ao entregar-me humildemente ao comando do meu Santo Cristo Pessoal, permiti, sem o saber conscientemente, que toda a zona de conflito interior emergisse do fundo da minha alma a ponto de vê-la fisicamente diante de mim, e só então pude descobrir a montanha de entulho das emoções que abafava e impedia a minha liberdade, impedindo-me de ser feliz. Ao reconhecer o volume que me asfixiava, entendi o por quê de tanto sofrimento, e isso só foi possível porque trabalhei intensamente por essa libertação, indicando à Chama Vivente para buscar a origem, as causas dos meus conflitos. Compreendi que ao dizer sim pela primeira vez, anulando a minha vontade, dei início a uma sequência de fatos que foram me aprisionando, imobilizando, razão pela qual me sentia impossibilitada de mover até mesmo fisicamente. Não havia razão aparente para sentir-me tão incapaz, lerda, pesada; eu não conseguia nem enxergar o primeiro obstáculo à minha volta. Deixei que o fogo revolvesse todo esse entulho emocional paralisante, e fui assistindo os elos das correntes que me prendiam,  um por um, sentindo o peso de cada um deles sendo consumidos, e aos poucos até mesmo a minha respiração foi ficando mais leve e livre.
Agora preciso manter esse padrão inicial de limpeza e ir aprofundando mais e mais essa ação purificadora para vencer todo o hábito negativo de submissão a que minha alma se acostumou ao longo desta vida e quiçá de todas as outras. Entendo que somente assim, trabalhando pelo meu desprendimento de correntes tão poderosas, porém irreais, poderei viver e realizar meu plano divino, caminhando com os meus próprios pés nesta terra de aperfeiçoamento, e conquistar a minha tão sonhada liberdade; a liberdade de ser quem Eu Sou.

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