sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pensamentos de Justinius, o Comandante das legiões dos Serafins


“Eu assisti à preleção de Deus, a Primeira Causa, imaculada e de resplendor magnífico, qualificando cada expressão monádica com a semelhança fulgurosa do Divino. Um deleite de igualdade, que não defrauda a ninguém; a inveja não existia. Mas o fogo não permaneceu pequeno nem finito. Era uma espiral crescente de conceito. De um ponto, emergiam os círculos e, como os ponteiros de um relógio, traçou-se um cone no espaço que, como uma escada dourada, ascendia às alturas, investigando as profundezas e unificando a diversidade.

Onde está a divisão entre nós? Ela não existe. Tudo o que separa não está no meio de nós. Tudo o que busca conquistar não está no meio de nós, pois estamos apaixonados pelo Seu amor. E o rubor de uma pétala de flor para nós é translúcido, pois a Sua luz é uma corrente que atravessa a substância como uma treliça de delicadezas.

Naturalmente dotados e dotando a natureza, Teus raios enviados em todas as direções inundam de translúcida superioridade – transparência – revelando-se como translucidez, ocultando e diversificando o motivo do deleito do olhar de uma criança. EU SOU, e porque EU SOU, vós sois, nós somos, eles são, Tudo é. Tudo entra em foco como uma grande unidade em ação palpitante de propósito, ação que não deixa espaço à reação, pois tudo está automatizado para expressar individualidade, propósito, ação, o bater do coração, unidade, fogo de propósito e continuidade. Continuidade e imortalidade são uma coisa só, e tudo o que sobrevive tem valor; e tudo o que tem valor sobrevive para reparar a sua mais alta glória por trás dos véus de uma transcendência que sempre cede.

Nada é derradeiro senão o derradeiro propósito. Não há fim senão novos princípios. Não há frustração, mas sim uma revelação interminável. Juventude e novidade, amizades e expansão da luz à medida que a visão de Deus contempla a manifestação, à medida que a manifestação expande a sua visão por intermédio da visão de Deus, como o auxiliar da recriação criativa. E a limitação é entendida como imitação, educando a manifestação dentro do domínio microcósmico até que, por progresso anímico, o imitador se transforme no ilimitado Imitador. A alma se eleva a dimensões superiores de serviço à medida que Deus entra em ação para graduar a manifestação menor de Si mesmo para completar a glória do Seu plano.

“Em verdade vos digo, Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”. A consciência fraudulenta do homem, como uma nuvem de tinta ou como a tinta de um polvo gigantesco, obscurece a atmosfera da realidade e mantém o homem submerso. Rompemos agora os laços com toda a sua tenacidade, e sentimos o magnetismo do mundo ser substituído pelo magnetismo do céu.

A liberdade nasceu na alma –

O homem não mais se satisfará com metas inferiores.

As quinquilharias e ninharias do mundo

Tem o seu lugar,

Mas o lugar do Filho de Deus

É a consciência onde Deus está.

O lugar onde Deus não está

Onde estão penduradas imagens inferiores d’Ele

Como ícones inúteis nas paredes –

Já não detém a alma

Que busca sair voando do reino do engano mortal

E sob a tenda da Boa Vontade

Ver e acolher a realidade dos anjos,

Dos mestres ascensos,

Desse reino coroado de nuvens

Onde a alma, com riso de criança,

Como um regato borbulhante

Que avança rumo ao Mar da Identidade,

Sente a liberdade do vento

E o poder de agitar as cítaras

Da consciência inferior

Com um sentido de beleza e de sutileza

Que paira como uma bolha brilhante

Cujo véu úmido, aéreo

Adorna a transparência da iridescência espelhada

Para o olho que aguarda.

No reino dos anjos não falta deleite

E a realidade dos mestres ascensos aguarda o voo

De almas que anseiam romper as cadeias

Da desesperança, que privam o mundo

Das maravilhas da radiante intenção de Deus –

Capturada tão penosamente

No tecido de rituais, orações e dogmas,

Mas mantido tão maravilhosamente

Como chama pulsante de tríplice deleite divino –

Amor, sabedoria e poder

Dentro do coração e da alma.

Agora, enquanto aguardo a expansão

Do grande mundo do macrocosmo

No seio do reino microcósmico do ser,

Vejo que nasce em mim

O poder da expansão ilimitada a cada hora.

Ó Deus! Eu Te agradeço pelas horas resplandecentes

Que vem compostas de minúcias,

De minutos, segundo e micropausas,

Enquanto a mente dá voltas para gravar para sempre

As Tuas leis imortais.

O que significa esta porta perolada diante da qual me encontro?

Será este algum reino de sonho

Onde se oculta um bando sombrio?

Não, pois o rosto que vejo tão claramente agora,

Espreitando por trás da porta aberta,

É o rosto de um anjo

Que eu conheço desde há muito.

Meus pensamentos deslizaram ao longo do jorro finito

E toda a luz da esperança se desvaneceu –

Cortei a corda

E um medo de gélida desolação apoderou-se de mim

A ponto de eu ficar totalmente atado

Com as cordas e vaidades do engano.

Agora me elevo uma vez mais,

Pulsando rumo aos céus

Onde Deus e o lar resplandecem como fogos de amor,

Renovando trajetórias elevadas a fontes

Inteiramente divinas.

A minha alma começa novamente a subir

A escadaria onde

Cada significado chega

Tão terno, doce e puro –

Fazendo com que eu compreenda

Que o plano seguro de Deus

Manter-me-á quando o mundo

Parecer prestes a desmoronar-se.

Pois, afinal, não há senão um grande Coração

Que faz bater o nosso,

E devemos elevar-nos a reinos mais belos

Onde nos reconciliamos,

Em unidade com tudo o que vive realmente,

Pois o paraíso é a Vida que dá

Nobreza de esforços

Justamente para contrapor-se ao conceito do pó

Com o qual Deus criou esperançosamente

Uma alma vivente –

E através das fragrantes brumas

Revela a meta

Do paraíso que há de vir.

Em nome da magnificente chama de Deus,

Vosso Comandante das Hostes Seráficas,

Justinius

Texto extraído do livro: Dossiê sobre a Ascensão

De Mark Prophet

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