sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chamas Gêmeas e Almas Companheiras


Outro mistério da alma revelado pela Cabala é o mistério da nossa alma gêmea. O Zohar ensina que a nossa alma tem um gêmeo que foi criado conosco no princípio. Deus proporcionará a nossa união, diz o texto, se vivermos uma vida pura fazendo boas obras.

Todas as almas no mundo, que são o fruto das mãos do Todo-Poderoso, são misticamente uma, mas quando descem a este mundo são separadas em macho e fêmea, embora ainda estejam juntas.

Quando surgiram no início, surgiram juntos como macho e fêmea. Subsequentemente, quando descem [para este mundo], separam-se, uma para um lado e a outra para o outro e, depois, Deus une-as __ Deus e nenhum outro, pois Ele é o único a saber o par próprio de cada um.
Feliz o homem que é reto nas suas obras [ou puro] e caminha na verdade, de forma que a sua alma possa encontrar o seu par original, pois então ele torna-se realmente perfeito e através da sua perfeição todo o mundo é abençoado.

Séculos antes de o Zohar ter sido escrito, Platão ensinou que cada um de nós é metade de um todo divino e é por isso que estamos sempre procurando o nosso par original. No seu Banquete ele escreve o seguinte:

Antigo é o desejo de um pelo outro que é implantado em nós, reunindo a nossa natureza original, fazendo um só de dois, e curando o estado do homem.
Cada um de nós, quando separado, tendo apenas um lado, como um peixe espalmado, é apenas uma parte de um homem, e ele está sempre procurando a sua outra metade...
Quando um deles se encontra com a outra metade, a verdadeira metade de si mesmo ..., o par se perde num espanto de amor e intimidade... Estas são as pessoas que passam toda a sua vida juntas; todavia, não podem explicar o que desejam uma da outra. Pois o intenso anseio que cada uma delas tem em relação à outra não parece ser o desejo do relacionamento dos amantes, mas de algo diferente que a alma de ambos evidentemente deseja, mas não sabe exprimir.

A imagem de Platão da alma solitária como um peixe espalmado, tendo apenas um lado, faz-me lembrar as estátuas do deus hindu Shiva que o representam como meio homem e meio mulher. De acordo com a lenda, Shiva determinou que não haveria nenhuma separação entre ele e sua consorte Parvati. Portanto, decretou que o seu lado direito representasse Shiva e o seu lado esquerdo representasse Parvati numa eterna união. Essa união eterna com o nosso consorte divino e com Deus é aquilo por que, consciente e inconscientemente, todas as almas anseiam.

Texto extraído do livro: Cabala - O Caminho da Sabedoria
De Elizabeth C. Prophet

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