quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Senda da Renúncia

Na tradição oriental, o chela é escravo do mestre por uma boa razão __ não para fazê-lo perder a sua verdadeira identidade, mas sim para substituir a sua pseudo-imagem pela Verdadeira Imagem da sua individualidade. Através da submissão, o chela tece dia após dia na sua consciência os fios da veste do seu mestre. A veste do mestre (à semelhança da tão procurada veste do Cristo) é sinônimo da consciência do mestre.
Em troca duma obediência iluminada e de um amor auto-suficiente, o chela recebe incrementos do mérito do seu mestre __ da realização pessoal do Eu Verdadeiro conseguida pelo próprio mestre. Ao aceitar que a palavra do mestre é inviolável, o chela vê-lhe conferida a consciência crística do seu mestre, que é por sua vez o meio que permite ao chela derreter, através do calor fervente do fogo sagrado contido na consciência do mestre, os elementos mais degradantes do seu subconsciente e os momentuns do seu carma intransmutado.
Assim, pondo de lado livre e deliberadamente os momentuns da sua consciência humana, o chela descobre que estes são rapidamente substituídos pela mestria do seu mentor, a qual, quando interiorizada, funciona como o imã que atrai a sua própria consciência superior e mestria.
Os que observaram este processo comentaram, na sua ignorância, que os chelas do mestre ascenso, ou dos mestres não ascensos, são de alguma forma hipnotizados, ou enganados, ou talvez até mesmo controlados como robôs. Não compreenderam a senda da renúncia. Não entenderam que a senda é um atalho para uma iluminação e liberdade que ainda vêm buscando no mundo, sem saberem que o mundo jamais poderá dar-lhes a liberdade e iluminação a que as suas almas aspiram.
Assim, o que para uns é servidão, para outros é liberdade; o que para uns é liberdade, para outros é servidão. Na verdade todos os homens são prisioneiros do seu próprio carma, e todos os homens são libertados através do seu próprio carma. Isto significa que as causas que os homens puseram em movimento em encarnações passadas produzem os efeitos que reverberam no mundo de hoje, desde o nível pessoal até o planetário. E tudo o que parece fruto do acaso ou duma configuração astrológica tem uma única origem __ atos do passado que, completando o círculo, retornam de acordo com a lei dos ciclos.
Fonte: O Díscipulo e a Senda
Elizabeth C.Prophet

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