quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SANTO AGOSTINHO

Santo Agostinho descreve de forma pungente nas suas `Confissões`, os momentos preciosos em que sua alma contatou o Espírito do Senhor.

“Retirei-me, não sei como, para debaixo duma figueira, e larguei as rédeas ao choro.
Prorromperam em rios de lágrimas os meus olhos. Este sacrifício era-Vos agradável. Dirigi-Vos muitas perguntas, não por estas mesmas palavras, mas por outras do mesmo teor: ‘E Vós, Senhor, até quando? Até quando continuareis irritado? Não vos lembreis dessas minhas antigas iniquidades’. Sentia ainda que elas me prendiam. Soltava gritos lamentosos. ‘Por quanto tempo, por quanto tempo andarei a clamar: Amanhã, amanhã?  Por que não há de ser agora?  Por que o termo das minhas torpezas não há de vir já nesta hora?’

Assim falava e chorava oprimido pela mais amarga dor do coração. Eis que, de súbito, ouço uma voz da casa próxima. Não sei se era de menino ou menina. Cantava e repetia frequentes vezes:  ‘Toma e lê, toma e lê’.

Imediatamente mudando de semblante, comecei com a máxima atenção a considerar se as crianças tinham ou não o costume de trautear essa canção em algum dos jogos. Vendo que em parte nenhuma a tinha ouvido, reprimi meu ímpeto das lágrimas, e levantei-me, persuadindo-me de que Deus só  me mandava uma coisa: abrir o códice e ler, e ler o primeiro capítulo que encontrasse. Tinha ouvido que Antão, assistindo, por acaso, a uma leitura do Evangelho, fora por ela advertido, como se esta passagem que se lia lhe fosse dirigida pessoalmente: ‘Vai, vende tudo o que possuis, dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu, depois vem e segue-Me’. Com este oráculo se converteu a Vós.

Abalado, voltei aonde Alípio estava sentado, pois eu tinha aí colocado o livro das Epístolas do Apóstolo, quando de lá me levantei. Agarrei-o, abri-o e li em silêncio o primeiro capítulo em que pus os olhos: ‘Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidade e dissoluções, nem em contendas e rixas; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites’.

Não  quis ler mais, nem era necessário.Apenas acabei de ler estas frases, penetrou-me no coração uma espécie de luz serena, e todas as trevas da dúvida fugiram”.


Trecho extraído do livro A SENDA DO CRESCIMENTO PESSOAL de Mark e Elizabeth Clare Prophet.

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