terça-feira, 3 de julho de 2012

A INTEGRAÇÃO DA SOMBRA


Todos nós temos uma sombra – um lado desprovido de luz. Todos lutamos com nosso lado sombrio à nossa maneira peculiar e única. A título de uma definição superficial, poderíamos dizer que a face sombria de nossa personalidade é a face que normalmente desejamos esconder do mundo.
Nós a mantemos distante da luz e frequentemente procuramos negar-lhe até a existência, o que afinal torna a luta bem mais árdua. É comum julgarmos nossa face sombria de maneira bastante áspera, por não condizer com o indivíduo que queremos exibir para o mundo. Isso pode nos levar a fingir ser algo que não somos ou a negar a forma como nossa história passada realmente se deu.
Nosso lado sombrio consiste, por vezes, em defeitos de caráter que ocultamos de modo a nos sentir seguros. Tais defeitos são normalmente partes de nós mesmos sobre as quais percebemos não exercer nenhum controle real. Em primeiro lugar, nunca gostei de empregar a palavra defeito, por soar de forma imutável e conclusiva demais, porém depois senti que ela na verdade significa imperfeições.
Pensar nos defeitos como imperfeições não me causa tanto incômodo, pois normalmente as imperfeições estão relacionadas com nossos problemas de controle e nossas tentativas para sermos perfeitos.
Comprei recentemente um lenço egípcio com uma franja de lindas contas púrpuras, todo entremeado de contas verdes, que são mencionadas como as contas do espírito (por onde o espírito entra na peça de vestuário). As contas verdes representam o fato de que nenhum de nós foi criado perfeito.
Os tecelões Amish também reconhecem essa verdade quando costuram no acolchoado um pequeno pedaço quadrangular de tecido, que não combina com os padrões restantes, apenas para recordar que Deus não criou ninguém perfeito. Os índios navajo, possuem uma tradição semelhante.
A escuridão não é sinônimo de maldade ou negatividade. Ela por vezes representa esses conceitos, porém nossa face sombria, ou sombra, não é necessariamente “má” ou “negativa”. A maldade pode originar-se e alimentar-se dos medos humanos, assim como o medo à dor e ao castigo, ou o medo à escuridão. O medo ao castigo mantém boa parte das nossas imperfeições hermeticamente trancadas na escuridão, onde nem nós mesmos queremos tomar conhecimento delas por acreditar que, nesse caso, deveríamos nos punir por sua causa. Uma alma dividida entre a escuridão e a luz se mantém fraca: ao contrário, a alma unificada é forte, equilibrada e destemida.
Para deixar de punir a nós mesmos, para integrar e sobrepujar as partes de nós mesmos que estamos ocultando, devemos olhar para a escuridão acendendo a luz. A luz da verdade permite-nos olhar para nosso lado obscuro e aceitá-lo enquanto parte de nossa totalidade. Da mesma forma como um espelhinho pode refletir a luz como um farol, se nossa alma estiver iluminada com a luz da verdade, iluminaremos a escuridão com o nosso reflexo próprio e brilharemos como uma fulgurante luz da verdade para o resto do mundo.
Para nos mantermos equilibrados e verdadeiramente em paz interior, devemos praticar a honestidade para conosco mesmos, descobrir nossa essência e aceitá-la. Devemos arrancar quaisquer máscaras que estejamos usando e pedir aos anjos que nos conduzam a uma maneira honesta de ser. (não podemos trabalhar nossas imperfeições, se não formos capazes de aceita-las primeiro.)
Os anjos são luz; eles estarão ao seu lado quando você lançar o olhar pelas áreas sombrias de sua alma e o ajudarão a aprender a amar a si mesmo e a se portar com leveza. A bondade e a sabedoria verdadeiras vêm da prática espiritual; haverá sempre algo de você mesmo trabalhando contra a semente da bondade e da sabedoria. O segredo é não empacar no meio do caminho. Mantenha a luz dos anjos em sua vida e eles o ensinarão sobre o amor que não fere e a bondade que é isenta de expectativas.
OS ANJOS GUARDIÃES DA ESPERANÇA
TERRY LYNN TAYLOR
EDITORA PENSAMENTO   

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