Destacamos a muralha do orgulho como a perversão do tubo de luz,
como a Torre de Babel que o homem ergue enquanto se senta na roda dos
escarnecedores. Incapaz de reconhecer a Deus como o fazedor, incapaz de pedir a
Sua ajuda ou de dar-Lhe a glória pelas realizações criativas, ele se mantém em
competição com o SENHOR. Ao preferir a própria exclusividade, ele vai
construindo a própria cidadela de poder, independentemente do Poder Superior e
dos fatores controladores da Lei. Move os seus peões no tabuleiro de xadrez da
sua existência egocêntrica, não pelo domínio de Deus e livre-arbítrio ligado ao
Divino, mas por meio de astúcia, traição e intriga. Aceita a oferta do pai das
mentiras, que o leva para uma montanha muita alta e lhe mostra a glória de
todos os reinos do mundo, e diz: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares”.
Assim, o homem emprega mal a sua fidelidade, e desiste não só da herança divina
e da vida abundante, como também da proteção da sua alma com a luz da retidão e
da verdade concedida pelo SENHOR de tudo que é Real.
A parede do orgulho é a parede do meio, a da separação, que o
homem ergue entre a alma e o Cristo Pessoal, bloqueando assim o fluxo de Luz
que vai da Presença Divina para o cadinho da percepção em evolução da alma, e
ao mesmo tempo, interrompendo a fluxo de amor de coração a coração, no
intercâmbio da verdadeira fraternidade. Assim, afasta-se cada vez mais do
centro do objetivo cósmico e entra na zona sombria da não realização criativa.
O homem deve ser um condutor do fluxo de energia divina; quando
interrompe os ciclos do fluxo do amor, entupindo os poros do seu ser com os
rituais do ódio, não realiza mais a sua razão de ser. Confirmado nos claustros
do medo humano, disfarçado de muitas formas, sente-se a salvo. Está “seguro”, o
trauma do mundo não pode alcançá-lo. É verdade que nada flui para dentro, mas
também nada flui para fora. O homem existe, então, na poça estagnada das suas
reflexões farisaicas, o cálice do coração inativo, a chama apertada na parede
interna, presa do terror da solidão.
Trecho
extraído do livro: A Senda do Crescimento Pessoal II de Mark e Elizabeth Clare Prophet