quarta-feira, 18 de abril de 2012

João 16


Em verdade, em verdade vos digo, se pedirdes alguma cousa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.

Eu pedi ao Pai que me concedesse a Justiça Divina num caso complicado que se arrasta há 14 anos, e ontem, confiante que minha súplica havia penetrado no coração de Deus, esperei pela solução. Mas eis que depois de orar, suplicar e chorar pedindo pela minha libertação durante todos esses anos, a resposta não me trouxe alegria. Não no primeiro momento. A minha expectativa era de que todo o meu sofrimento pudesse ter consumido aquele carma e que a resposta divina incendiasse meu coração de satisfação, mas ao contrário, quando recebi a resposta foi como se um muro de pedras muito pesado desabasse sobre mim e me sufocasse. A minha primeira reação foi de perplexidade, surpresa. Permiti mais uma vez que meu eu inferior apontasse seu dedo e me fizesse reagir negativamente àquele choque, mas, imediatamente voltei-me ao meu Santo Cristo e perguntei: Por quê? Porquê mais uma vez a história se repete e apesar das minhas súplicas o resultado continua inalterado? O que falta eu aprender nessa situação para que eu receba a Tua graça?

Como se Ele esperasse apenas a minha pergunta, ouvi a Voz do meu coração dar sua resposta, dizendo todas as palavras ao mesmo tempo, como um relâmpago poderoso que atingisse o âmago do meu ser, dando-me a compreensão do que faltava para que a resposta divina soasse como música aos meus ouvidos. Num tempo ínfimo dentro do tempo normal, compreendi a razão que estava tão clara, mas que eu não conseguia enxergar: o passado.

Oh! como somos fracos ainda! Como somos cegos e ingênuos! Como não compreender que a minha história tinha sua origem bem lá atrás no tempo?! Enxergamos com os olhos da carne, pensamos com nossa mente humana e nos enganamos porque, talvez no intuito de nos protegermos de nós mesmos, não avançamos a nossa pesquisa e deixamos de perceber que não podemos mudar os erros do passado sem que eles sejam compreendidos, e muitas e muitas vezes esses erros estão escondidos no nosso corpo da memória e com medo da realidade não conseguimos atravessar a porta que nos dá a dimensão de quem realmente somos e que cometemos erros terríveis; que fomos egoístas, insensatos, arrogantes, intransigentes, quiçá outras coisas mais!

Então, nesse milionésimo de segundo que o raio incandescente da voz do meu coração percorreu meu ser, essa porta foi aberta e eu compreendi, senti que a Justiça Divina que eu esperava tanto havia se manifestado e estava me libertando do passado. Mesmo que ela viesse com uma roupagem diferente da que eu esperava, era exatamente a chave que abria a porta para a minha libertação.

Quantas vezes pedimos, pedimos e esperamos ansiosos por uma resposta, aquela que nós queremos ouvir, e não nos damos conta de que Deus nos responde a todo instante, mas nós não conseguimos compreender suas palavras e continuamos a pedir, e a cobrar uma solução só porque ela não é aquela que nós esperávamos. Nada fica sem a resposta de Deus. Nós é que somos surdos e insensíveis aos desígnios do Pai, pois Ele não nos desampara e nem nos deixa sem uma resposta, apenas nos dá aquilo de que precisamos para aprender a lição para nunca mais voltarmos a errar. Precisamos a cada dia prestar mais atenção, estarmos mais próximos Dele para que suas palavras sussurradas em nossos corações possam ser ouvidas e compreendidas.

Então, num passe de mágica aquela ansiedade e tristeza desapareceram completamente e senti a paz envolvendo-me completamente, tendo sensação de que os elos do passado haviam sido rompidos e eu finalmente estava livre.

Vitória sempre na Luz de Deus que nunca falha!

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